Gostou? Incentive o autor!

Ai, ai caramba, ai, ai caramba
Ai, ai caramba, ai, ai caramba

E como já dizia Galileu na Galileia
Malandro que é malandro não bobeia
Se malandro soubesse como é bom ser honesto
Seria honesto só por malandragem, caramba

Jorge Ben Jor

Onde investir em abril 2024 sem mentiras

Prezado leitor,

Todos os anos, no Dia da Mentira, o mercado de ações vê uma série de piadas e pegadinhas. Às vezes, essas piadas podem causar graves consequências econômicas.

Assim como o grande Jorge Ben, que fez 85 anos , em abril de 2024, comemoramos o  aniversário de 23 anos da trader Brasil Escola de Finanças e Negócios com um superpresentaço . Confira aqui: https://conteudo.traderbrasil.com/aniversario

A Incrível História da April Fool Preferred (dia aprimeiro de abril de 1922)

O Dia da Mentira, também conhecido como Dia das Mentiras, dia das petas, dia dos tolos (de abril), dia da gafe ou dia dos bobos, é uma celebração anual em alguns países europeus e ocidentais, comemorada em 1 de abril, pregando partidas e espalhando boatos como formas de assinalar a data. Uma delas diz que a brincadeira surgiu na França. Desde o começo do século XVI, o Ano Novo era festejado no dia 25 de março, data que marcava a chegada da primavera. As festas duravam uma semana e terminavam no dia 1.° de abril.

No Brasil, o primeiro de abril começou a ser difundido em Minas Gerais, onde circulou A Mentira, um periódico de vida efêmera, lançado no 1º de abril de 1828, com a notícia do falecimento de Dom Pedro I, desmentida no dia seguinte. A Mentira saiu pela última vez a 14 de setembro de 1849, convocando todos os credores para um acerto de contas no dia 1º de abril do ano seguinte, dando como referência um local inexistente.

Em primeiro de abril de 1922, um trambiqueiro inventou que uma sigla AFP para uma empresa totalmentre desconhecida e esta começou a ser negociada na – já extinta -bolsa de Detroit.

Uma nova ação denominada “A.F.P.” apareceu no quadro de avisos da bolsa de valores de Detroit.

Pouco se sabia sobre a empresa, exceto que as iniciais deveriam representar a importante “American Fire Protection”.

Apesar do relativo mistério, a nova listagem gerou negociações animadas.

Ele abriu em seis, subiu rapidamente para 12, caiu para 2 e finalmente subiu para 8, onde permaneceu.

Inicialmente a ação dobrou de valor, antes que o Michigan Securities Comissão confirmou que havia sido listado ilegalmente por um anônimo
brincalhão e na verdade significava “April Fool Preferred”.

Mas eventualmente alguém pensou em entrar em contato com a Comissão de Valores Mobiliários de Michigan para perguntar se essa nova ação havia sido sancionada por eles.

Eles responderam que “A.F.P.” não foi autorizada, portanto, as vendas eram ilegais e cada corretor era responsável por suas próprias perdas.

Nesse ponto, espalhou-se a notícia de que as iniciais realmente significavam “April Fool Preferred”.

A identidade do brincalhão que a listou no quadro não é conhecida até hoje.

***

Voltando ao mercado

Os analistas projetam que o Fed cortará os juros em julho, mas o ciclo de flexibilização monetária deverá ser conduzido com cautela em meio ao mercado de trabalho apertado e inflação persistente.

O preço do petróleo voltou a subir, representando um novo risco altista para a inflação.

O governo evitou um contingenciamento de despesas em março, mas as incertezas quanto às medidas de arrecadação aumentaram. Projetamos déficit do governo central em 0,7% do PIB em 2024 e 1,0% do PIB em 2025.

A taxa de câmbio está pressionada, por conta do cenário externo desafiador e ruídos domésticos.  A nosso ver, a expectativa do mercado para a inflação de 2025 deve subir, limitando ainda mais o espaço para corte de juros.

O Banco Central do Brasil que ainda se mantém em ciclo de corte mesmo com núcleo de inflação de serviços reacelerando no momento e com atividade e mercado de trabalho acima do potencial, com o menor diferencial de juros da história recente.O cenário mais provável nos parece um corte adicional de 0,5%  seguido de ajustes menores, com taxa terminal esperada na casa de 9.5%.

 

O que aconteceu no mercado financeiro no primeiro trimestre

O primeiro trimestre de 2024 foi negativo para os investidores no Tesouro Direto. Todos os títulos, com a exceção do Tesouro Selic, renderam menos do que o CDI, o principal indicador para as aplicações financeiras de renda fixa.

A taxa Selic em janeiro de 2024 estava em 11,75% ao ano e fechou o trimestre em 10,75% ao ano. Como regra geral, quanto maior a queda da taxa de juros, maior a valorização dos títulos de renda fixa.

E a bolsa?

Os mercados externos tiveram o melhor 1º tri desde 2019, subindo 7,7%. Por outro lado, o Brasil ficou para trás, com -7,4% em dólares.

1.  Nada de cortes nos juros americanos até o momento, atraindo capital para os EUA.
2. posicionamento, com maioria dos gestores de ME sobrealocados no Brasil no 4º tri, enquanto a classe de ME não está atraindo novos fluxos,
3.  ruídos políticos afetando nomes importantes do índice como Petrobras e Vale, e
4. uma temporada de resultados do 4T23 não tão positiva.

Com essa revisão de expectativas, a gangorra entre Ibovespa e a renda fixa americana se inverteu. A  curva de juros futuros no Brasil subiu neste começo de ano,  alinhada à adição de prêmios de longo prazo dos Estados Unidos:

Puxadas pelas empresas voltadas para o mercado doméstico e pela continuidade no corte de custos, que compensou o momento fraco das commodities, as companhias brasileiras de capital aberto tiveram um bom desempenho de resultados no quarto trimestre de 2023, com evolução do lucro e das receitas na comparação anual e também sobre o terceiro trimestre.

Empresas que lidam com commodities tiveram resultados fracos, o que já era esperado, em decorrência da queda nos preços, o que acabou causando ume redução nos lucros.

Empresas que atuam no setor doméstico tiveram desempenho mais positivo do que as de exportação de commodities, impactadas pela queda nos preços e também pelo fato de o dólar abaixo de R$5 no primeiro trimestre.

 

O que subiu nesse trimestre?

Em um começo de ano amargo para a bolsa brasileira, os destaques do mercado em rentabilidade ficaram com dois ativos da renda variável: o bitcoin e o ouro.

A alta expressiva do bitcoin – cuja oscilação deixa qualquer ativo de renda variável “no chinelo” – e dos principais índices das bolsas de Nova York, que renovaram recordes neste começo de ano, indicam mais apetite por risco no mercado global.