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Títulos do Tesouro Direto sofrem com turbulência nos mercados O Globo 14/9/2015

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Leandro Klem, da Trader Brasil Escola de Finanças e Negócios aproveita para aplicar mais no Tesouro IPCA+ . foto: Fabio Rossi

Alguns papéis perdem até 11%. Analistas orientam esperar vencimento

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O agravamento da crise doméstica no último mês — que culminou com o Brasil perdendo o grau de investimento pela agência Standard & Poor’s (S&P) — e a turbulência global provocada pela China levaram o investidor brasileiro a apostar que os juros permanecerão altos por mais tempo. No Tesouro Direto, o efeito da mudança de expectativa foi a depreciação dos títulos públicos prefixados e indexados à inflação na carteira dos aplicadores, já que as novas taxas estão bem mais atraentes que as do momento da compra. Assim, a piora de cenário resultará em prejuízo para quem tenta se desfazer das aplicações nesse momento. Por outro lado, afirmam especialistas, esses mesmos títulos são o investimento mais atraente para quem quer entrar agora no Tesouro Direto e desfrutar dos elevados prêmios pagos pelos papéis em um momento de crise.

A rentabilidade bruta dos títulos da classe Tesouro IPCA — que paga taxa de juros determinada no momento da compra acrescida da inflação — com vencimento a partir de 2019 ficou negativa no período de 30 dias terminado em 10 de setembro. O papel com prazo mais longo, em 2035, foi o que mais sofreu, acumulando queda de 11,24%. O único que não está perdendo é o com vencimento em 2017 e pagamento de juros mensais, com rentabilidade em 30 dias de 0,69%. O cenário é o mesmo nos títulos prefixados, que pagam juros fixados quando a aplicação é feita.

OPORTUNIDADE PARA COMPRAR

A rentabilidade está negativa porque o valor dos títulos caiu nesse período. Assim, o investidor que tentar se desfazer dos papéis antes do vencimento sofrerá perdas. Por isso, os especialistas afirmam que quem pretende ficar com o título até o prazo final não deve se preocupar, pois a rentabilidade acordada no momento da compra é garantida pelo Tesouro.

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— Os preços variam de acordo com a expectativa de juros futuros. Quando o mercado espera juros mais altos, o preço dos títulos cai — explica Roberto Indech, da Rico Corretora. — A curva de juros futuros está “abrindo” pelas incertezas internas. Obviamente há questões internacionais influenciando, como a alta de juros nos EUA e a China. Mas o movimento tem motivações, principalmente, domésticas.

A escalada da expectativa sobre os juros futuros fica clara no comportamento dos Depósitos Interfinanceiros (DI). O impacto foi mais sentido no longo prazo. Os contratos DI com vencimento em janeiro de 2016 subiram de 14,17% para 14,50% entre 20 de agosto e 10 de setembro, um dia após da perda do grau de investimento. No mesmo período, o DI com vencimento em 2021 saltou de 13,57% para 15,15%.

Amerson Magalhães, diretor da Easynvest, lembra que foi justamente nesse período que o governo apresentou ao Congresso o Orçamento para o ano que vem prevendo um déficit de R$ 30,5 bilhões, algo inédito e que foi um dos principais motivadores do rebaixamento do país.

— Certamente não é um bom momento para vender esses títulos. Por outro lado, é muito bom para comprá-los. Os títulos indexados à inflação, por exemplo, estão oferecendo ganho real acima de 7,4% ao ano. Isso é muito significativo — observa.

Um dia após o rebaixamento, aliás, o Tesouro IPCA+ com vencimento em 2024 oferecia ganho real de 7,58% ao ano.

Também para Sandra Blanco, da distribuidora de fundos Órama, o investidor já pode começar a direcionar suas aplicações para títulos indexados à inflação. Na opinião dela, apesar da incerteza política, é improvável que a expectativa de juros continue em alta.

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— Embora a queda da taxa básica de juros, a Selic, possa demorar a cair, a curva de juros futuras tende a ver sua turbulência se assentar — afirma. — Para quem já tem papéis prefixados na mão, meu conselho é carregá-los até o vencimento. Vender agora é prejuízo.

TESOURO IPCA É RECOMENDADO

Como a turbulência ainda é grande, Sandra recomenda investir em títulos mais curtos, uma vez que os longos são mais vulneráveis a mudanças de cenário. Ela cita o Tesouro IPCA+ 2019 e o com vencimento em 2020 e pagamento de juros semestrais. Segundo ela, os prêmios periódicos acabam diluindo parte do risco.

Indech, da Rico, considera mais prudente adotar uma estratégia pós-fixada a curto prazo.

Uma opção é o Tesouro Selic 2017, que acompanha a rentabilidade da taxa básica de juros e, assim, jamais registra rentabilidade negativa para quem o vende antecipadamente.

—Para quem visa ao longo prazo, o Tesouro IPCA+ é a melhor opção, porque o ganho é real e a inflação continuará alta por muito tempo — afirma Indech.

De olho nos prêmios atraentes, o administrador Leandro Klem, da  Trader Brasil Escola de Finanças e Negócios vem aumentando suas aplicações em Tesouro IPCA+ com juros semestrais e prazo de vencimento em 2020.

—Os prefixados estão em um patamar de juros muito interessante. Como o panorama é ainda complicado, minha estratégia é comprar aos poucos — conta. — Mas sempre tento levar a aplicação até o final. Já me vi precisando de dinheiro e vi os papéis valendo 20%. Três meses depois, estavam rendendo 30% mais.

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