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Por Celso Cardoso

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No dia 20 de abril de 2010 a BP protagonizou um dos maiores senão o maior desastre ecológico da era moderna. O derramamento de óleo é de proporções catastróficas e ainda vai demorar pelo menos mais 30 dias até que eles consigam fechar o buraco e encerrar o derramamento. A Transocean, responsável pelo aluguel da sonda a BP pela bagatela de 50 mil dólares por dia, também é apontada como co-responsável. Para Barack Obama resta numa delicada situação política enquanto que as negociações com o primeiro ministro britânico seguem tensas.

O Obama já fez algumas visitas ao local do desastre e mais do que nunca está aberta uma brecha para que a comunidade mundial verde pressione a posição política dos EUA quanto a não ser signatário do protocolo de kioto. Por falar nisso, o protocolo de Kioto irá expirar em 2012.

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Um desastre desses certamente enfraquece a posição dos EUA quanto a não reconhecer do acordo  mundial que visa reduzir a emissão de CO2 e com isso proteger a camada de ozônio. Durante todo o governo George W. Bush os EUA marcaram uma posição totalmente contrária ao protocolo e ainda levantou dúvidas quanto aos estudos que apontavam a redução da camada de ozônio e o aquecimento global.

Do lado de lá do Atlântico o primeiro ministro da Inglaterra teme que a empresa seja destruída devido aos enormes custos previstos para compensar o desastre que poderão significar a falência ou ainda a dissolução da empresa e a venda de ativos para estrangeiros. Só para dar uma referência, os ativos da BP no Golfo do México foram avaliados em 140 bilhões de dólares enquanto que o acordo para o fundo de compensação ficou em 20 bilhões. Por hora tudo isso é especulação, mas afinal é disso que o mercado vive !!!! Do dia 20 de abril até hoje o papel da BP nos EUA cairam quase 60% conforme mostrado no gráfico.

A linha laranja representa o DJIA e a verde a ADR da nossa Petrobrás enquanto que a BP Amoco está na forma de velas (candlesticks).

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Também as ações da Transocean experimentaram uma queda rápida e contundente, ainda que já esteja mostrando sinais de recuperação no preço, conforme mostrado comparativo a seguir:

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O mega-desastre espalhou mais do que óleo no mar, sem falar das 11 vítimas da explosão, e chegou no congresso americano que convocou o CEO da BP Tony Hayward. Tive acesso ao documento de convocação do principal executivo da empresa baseado nas conclusões preliminares das investigações conduzidas pela casa. Com 12 páginas, descreve as falhas no processo decisório que desencadearam um dos maiores acidentes ecológicos. Mesmo com o acordo firmado de 20 bilhões de dólares, os congressistas americanos ainda estão com sede de sangue.

Para piorar o cenário, segundo especialistas da área não será fácil selar o vazamento e isso deixa um temor no ar quanto a exploração de petróleo na camada pré-sal, mais profunda que a do Golfo do México e certamente sujeita aos mesmos riscos.

Nesse cenário a Petrobrás patina no processo decisório do plano de capitalização em pleno ano eleitoral. As críticas são inúmeras no que tange ao prejuízo a ser imputado aos acionistas minoritários e a maior concentração de controle da Petrobrás nas mãos do governo e pretendo voltar a esse tema nos próximos posts.

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