“Eu posso calcular os movimentos dos corpos celestes, mas não a loucura das pessoas” Sir Isaac Newton
Onde Investir em Novembro 2023: Não faça como Sir Isaac Newton
Há uma grande diferença entre ser uma pessoa inteligente e ser um bom investidor .
E, infelizmente para ele, Isaac Newton aprendeu isso da maneira mais difícil.
A South Sea Company foi fundada em 1711 para lidar com um problema financeiro urgente. O governo britânico tinha um grande acúmulo de contas não pagas, principalmente de empreiteiros que abasteciam os militares britânicos durante a Guerra da Sucessão Espanhola. O governo ofereceu aos seus credores ações da South Sea. As ações não prometiam o reembolso integral do dinheiro devido aos credores, mas prometiam-lhes o pagamento regular de juros.
A South Sea Company recebeu os fundos do governo para pagar esses juros aos credores. A empresa também detinha o monopólio do comércio britânico com a costa oeste das Américas e parte da costa leste da América do Sul – daí o nome “South Sea Company”. A empresa lucrou com a venda de alguns produtos britânicos e, de forma mais significativa e mais sombria, escravizou africanos. A empresa atraiu investidores com a promessa de que os lucros do comércio nos Mares do Sul aumentariam generosamente os seus pagamentos de juros.
Durante o final da década de 1710, a South Sea Company era uma operação bastante monótona que simplesmente repassava os pagamentos do governo aos seus investidores. Os estudiosos não possuem informações sólidas sobre a lucratividade de suas atividades comerciais durante esse período; as evidências sugerem fortemente que as operações comerciais da empresa perderam dinheiro naqueles primeiros anos. No entanto, o monopólio comercial ajudou a inspirar sonhos de riqueza futura entre o público…
A recuperação económica do final da década de 1710 inspirou uma nova visão para a South Sea Company. O governo britânico anunciou que a empresa assumiria a maior parte da dívida nacional britânica em 1720. O resultado foi a Bolha dos Mares do Sul.
Em 1720, Sir. Isaac Newton tinha quase 80 anos. Sir Isaac Newton e comprou ações da South Sea Company, a ação mais quente da Inglaterra. Sentindo que o mercado estava ficando fora de controle, Newton se desfez de suas ações da South Sea, embolsando um lucro de 100%. Mas poucos meses depois, levado pelo entusiasmo selvagem do mercado, Newton voltou a investir com um preço muito mais alto – e perdeu £ 20.000 (ou mais de 3 milhões de libras em dinheiro de hoje). Pelo resto de sua vida, ele proibiu qualquer pessoa de falar as palavras ‘Mar do Sul’ em sua presença.
Obviamente Newton não era uma pessoa burra. Ele inventou o cálculo e conceituou suas três leis do movimento. Mas este pequeno episódio mostra que ele não era um investidor inteligente porque deixou que suas emoções o dominassem e foi influenciado pela irracionalidade da multidão. Ou, como Graham descreveu: “Pois, na verdade, o principal problema do investidor – e até mesmo o seu pior inimigo – provavelmente será ele mesmo.”
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Lançamento do Podcast Traders of World.
A Trader Brasil anuncia em primeira mão um novo podcast internacional , intitulado Traders of World.
Todo mês, o programa contará com a participação de um convidado especial trader de algum lugar do mundo para falar sobre mercado financeiro, insights, trading, diversos tipos de análises e estratégias e cenário atual.
O primeiro episódio terá o tema “Você realmente sabe como usar as Bandas de Bollinger?” e contou com a participação do renomado analista John Bollinger e sua filha Zoe, que são amigos de longa data de Flávio.
O programa já está no ar nesta semana, e já está nos canais @tradersofworld e @traderbrasil do Youtube e em todas as plataformas digitais.
A primeira temporada do podcast terá 12 episódios e, de acordo com comunicado divulgado à imprensa, tem o objetivo de informar o expectador com entrevistas com especialistas sobre os temas, além dos convidados.
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Como está o cenário global hoje?
O cenário macro global continua como uma tema chave para os mercados. No último mês, a elevação nas taxas de longo prazo dos títulos do Tesouro americano continuaram a pressionar os ativos de riscos no mundo. A taxa da Treasury de 10 anos tendo ultrapassado a marca dos 5,0% no meio de outubro, antes de finalizar o mês em 4,93%.
Depois de três trimestres consecutivos de queda nos lucros de empresas listadas no S&P 500, as projeções das companhias mostram recuperação à frente, com crescimento de mais de 10% para 2024. Em tese, olhando para os resultados, o ambiente é bom para a bolsa americana. A economia segue gerando emprego, o motor continua forte por mais que alguns sinais suscitem desaceleração. Esse vai ser o ponto a ser monitorado.
No último mês, riscos geopolíticos também voltaram à tona, com o recente conflito entre Hamas e Israel tendo sido adicionado à lista de preocupações dos investidores globais.
O Brasil está sentindo a pressão, o principal desafio para o processo de desinflação global são os preços de energia, e o maior risco é que uma escalada no conflito para outros países da região poderia pressionar o preço do petróleo, que já tiveram um rali de mais de 20% desde as mínimas do ano em junho. A boa notícia é que, até então, o Brent não subiu, tendo na realidade caído em 8% no último mês.
A declaração de Lula em relação à meta de déficit zero prometida pelo ministro da Fazenda fez com que o cenário fique confuso e preocupante.
Domesticamente, a agenda fiscal segue sendo chave. Enquanto a reforma tributária do consumo segue avançando no Congresso – o Senado já apresentou sua versão e deve ser votada no próximo mês –, a meta de resultado primário para 2024 continua uma preocupação. As falas recentes do Presidente Lula de que a meta pode não ser alcançada voltou a estressar os ativos locais: o dólar ultrapassou o limite de 5,0 novamente, os vértices longos da curva de juros subiram e o Ibovespa caiu 1,3% em um dia.
E a bolsa de valores?
Em outubro, o sentimento de aversão ao risco continuou a pressionar as ações brasileiras. O Ibovespa caiu 2,9% em reais e 3,6% em dólares. As taxas de juros de longo prazo mais elevadas nos mercados desenvolvidos pesaram sobre os ativos de risco globalmente, com a taxa da Treasury de 10 anos ultrapassando a marca de 5,0% pela primeira vez desde 2007.
Embora o Ibovespa acumule alta de 3,1% no ano em reais (e +8.1% em dólares), isso não reflete o desempenho “médio“ das ações do índice. Nos EUA, as big techs têm impulsionado o retorno de +9,2% do S&P 500. No Brasil, a Petrobras tem sido o principal impulsionador do índice. Cálculos da XP mostram que, sem as ações PETR3/PETR4, o Ibovespa teria acumulado queda de 3,5% e estaria em 106 mil pontos em comparação com os atuais 113 mil pontos.
O setor que descola das revisões de lucros é o de Energia, com forte desempenho de 37% no ano apesar das leves revisões de lucro, devido à retornos de dois dígitos dos papeis no setor (PETR3, PETR4, PRIO3 e UPGA3).
Além disso, Saúde está caindo em 26% no ano, impactada pelos retornos negativos de todos os seus membros no índice (HAPV3, RDOR3, HYPE3). Analisamos também os 20 nomes com as maiores revisões de lucros, para baixo e para cima, do Ibovespa. Comparando com os retornos desde o início do ano, observamos uma forte correlação com as revisões de consenso dos analistas e a performance da maioria desses nomes.
Em outras palavras, a dinâmica de revisões de lucros tem sido, juntamente ao macro, um importante catalisador de preços e, portanto, um importante fator para se acompanhar.
Os títulos indexados ao IPCA voltaram para um nível atrativo, com os papéis longos Tesouro IPCA+, do Tesouro Direto, pagando a correção monetária mais 6% ao ano, enquanto debêntures de infraestrutura rondam os 7%, 7,5%. As debêntures incentivadas de infra estrutura têm proteção contra a inflação, benefício fiscal e têm taxa de juros atrativa, fundos que carregam esses títulos de dívida não têm cobrança de imposto de renda, tal qual a pessoa física na compra direta, só que com mais diversificação do risco de crédito.
veja a Evolução dos investimentos em 2023:

