“O talento raramente é suficiente para garantir uma vitória e o azar raramente é suficiente para garantir uma derrota.
Ambos influenciam o resultado? Claro. Mas a sua resposta sempre influenciará no resultado final.” James Clear autor de Hábitos Atômicos.
Onde investir em maio 2023
Prezado Leitor,
Perdão pelo atraso da nossa carta mensal. Esta semana foi o 50º Simpósio Anual realizado pela CMT Association em Nova Iorque.
Sempre aprendemos muito, todos os anos, com muitos dos melhores traders e os analistas mais inteligentes do mundo que estão lá participando e apresentando.
É realmente um grande evento. Foi incrível conectar-se com analistas de todo o mundo na semana passada neste 50º Simpósio Anual do CMT.
E para completar, Flávio Lemos e a Trader Brasil, foram reconhecidos pelos seus esforços de ensinar e divulgar análise técnica nos últimos 20 anos. Temos 2 páginas no livro dos 50 anos da CMT Association. Você nem vai acreditar (nem a gente!), pois caímos para trás quando abrimos o livro e vimos fotos, textos e todo o reconhecimento internacional pelo nosso trabalho nestes últimos 22 anos de existência, realizando palestras, trazendo analistas, escrevendo livros, enfim todo o trabalho edcuacional finalmente reconhecido.
Tenho muita gratidão por todos aqueles que tornaram a semana passada possível e pelos membros fundadores que abriram caminho para a análise técnica. A experiência foi sensacional, pois expôs minhas raízes e me lembrou de onde eu venho.
Aqui estão algumas fotos, com alguns dos heróis da análise técnica:







Sell in may, and go away ?

Fizemos testes com um patrimônio hipótetico de 100k, e as curvas de performance foram comparadas com as do IBOV e do CDI. Os dados são claros: historicamente a estratégia em parte dá certo. Ao menos no Brasil, falando de IBOV nos últimos 20 anos, porque nos EUA a media mensal desde 1964 é de +0,55% para o mês de maio.
Para o famoso mês das noivas, fizemos testes com um patrimônio hipótetico de R$100k, a cerca de 20 anos atrás, e as curvas de performance foram comparadas com as do IBOV e do CDI. Os dados são claros: historicamente a estratégia dá certo: vender em maio, aplicar em CDI e só retorna em novembro. Pelo menos no Brasil, falando de IBOV.
O “sell in may, and go away”é uma tradição americana de vender ações e maio e só voltar a investir depois das férias de verão. Só que várias vezes o mercado nos surpreende, fazendo algo que nunca fez antes ou que não faz há muito tempo.
Momentos de alta volatilidade também trazem oportunidades.
A mídia encontrará sempre uma maneira de exagerar da melhor maneira possível, mas se você se lembra do conceito de Ichigo Ichie, sabe que cada dia é um momento distinto no tempo, e essa rara ocorrência é precisamente o que deveria estar ocorrendo.
A expressão japonesa ichi-go ichi-e, significa algo como “somente esta vez”, “nunca mais”, “chance única na vida” ou, de forma mais literal, “um momento, um encontro”.
Economia não é só bolsa de valores; é algo real, afeta a vida das pessoas. Bolsa não é PIB, mas o PIB derruba a bolsa. O fato é que a bolsa depende de expectativas.
Chega de festas, e agora onde investir?
O cenário base é de recessão moderada nos EUA. O risco de “no landing”, em que a economia não desaceleraria e a inflação permaneceria elevada, parece cada vez menos provável. A Curva de juros americana voltou ficou a fechar na última semana, com agenda macro mostrando uma acomodação do consumo e mercado aumentando risco dado a temporada de resultados. Acreditamos que o Fed chegou ao fim do ciclo de alta de juros. O Fed elevou os juros de referência em 0,25pp no início de maio, para o intervalo entre 5,00% e 5,25%, nível que consideramos suficientemente restritivo para a convergência da inflação à meta. O banco central não se comprometeu com os próximos passos de política monetária. Dito isso, projetamos manutenção da taxa de juros até o final de 2023, e cortes graduais até o patamar de 3,50% ao longo de 2024. Os juros reais provavelmente retornarão ao seu patamar neutro em 2025 (ao redor de 0,5%).
No Brasil, mesmos com dados mais fortes de atividade econômica e composição menos favorável do IPCA-15, a curva seguiu o movimento externo e mostrou fechamento das taxas. As surpresas positivas nos últimos meses não revertem nossa avaliação de perda de fôlego da economia daqui para frente. Afinal, as condições financeiras seguem apertadas e o grau de endividamento das famílias e empresas subiu consideravelmente nos últimos trimestres. As concessões de crédito PJ mostram deterioração na margem, sobretudo entre as empresas de pequeno e médio porte. Se por um lado o consumo e as exportações continuam firmes, por outro os investimentos privados devem apresentar tendência de queda.
A projeção de queda da taxa Selic foi embutida nos preços dos ativos e os juros oferecidos nos títulos atrelados à inflação e prefixados já diminuíram um pouco. Entretanto, os economistas e estrategistas de investimentos afirmam que eles não são nada desprezíveis e recomendam desfrutar das belas taxas da renda fixa antes que elas recuem mais.
Os títulos atrelados à inflação são consenso entre os economistas e estrategistas de investimentos como uma boa forma de investir no médio e longo prazo e se proteger da alta generalizada dos preços. Eles rendem uma taxa prefixada mais o IPCA, indicador de inflação oficial do país.
Os Investidores com perfil de moderado a arrojado podem diversificar sua caretria de renda fixa com Certificado de Depósito Bancário (CDBs) e Letras de Crédito do Agronegócio e Imobiliário (LCAs e LCIs) prefixados, com data de vencimento curta, ao redor de 2026. Alguns oferecem taxas na casa dos 14% ao ano e garantia do FGC até R$250 mil reais.
O Ibovespa bem que voltou a subir em abril +2,5%, mas isso não foi o suficiente para que os analistas adotassem uma postura mais arrojada.As ações estão descontadas, mas é difícil estimar o momento da virada. Mesmo àqueles com perfil de risco, ainda indicamos alocar menos em bolsa com foco no longo prazo e aumentar devagar quando houver mais clareza sobre o cenário.
O bom desempenho geral dos títulos mais longos do Tesouro Direto, bem como dos fundos imobiliários (o IFIX, índice do setor, subiu 3,52% no mês) reflete o alívio nos juros futuros de mais longo prazo visto neste último mês.
Esta é uma consequência direta de uma melhora geral no sentimento do mercado com o encaminhamento do arcabouço fiscal pelo governo, dos sinais de continuidade no alívio da inflação e de melhora nos indicadores econômicos locais. Até mesmo o clima no exterior ajudou, apesar de tudo.
Esse mesmo clima foi o responsável pela alta de +2,50% do Ibovespa no mês, fechando aos 104.431 pontos, além de ter contribuído para a continuidade da recuperação do mercado de debêntures – títulos de dívidas de empresas – que sofreram muito no início do ano com os problemas na Americanas e na Light.
E o dólar?
Já lanterna do ranking ficou com o dólar, que fechou aos R$ 4,99 na cotação à vista (queda de 1,60% no mês) e R$ 5 na cotação PTAX (queda de 1,56% no mês). Em parte, o desempenho da moeda americana reflete o alívio nas condições econômicas e fiscais locais; mas em parte reflete também a desconfiança, no exterior, de que a economia americana pode estar a caminho de uma recessão, e que, por isso, os juros nos EUA não tenham mais tanto espaço para subir. Tanto é que o dólar viu novamente, neste mês, um alívio global perante outras moedas fortes.
A recente apreciação cambial refletiu, em grande medida, o enfraquecimento global do dólar, em meio aos preços das commodities em patamares ainda elevados e à perspectiva de juros menos pressionados nos EUA. Incertezas fiscais e políticas no ambiente doméstico parecem atuar na direção contrária.
Veja aqui os investimentos em abril

