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Você já deve ter notado que a economia anda de mãos dadas com a política e vice-versa.

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A política, até certo ponto, pode ser vista como a área designada para a tomada de decisões coletivas. Entretanto, não podemos atender a todos os desejos coletivos ou sociais que existem, não só porque podem existir (e de fato existem) desejos conflitantes, mas porque os recursos para atendê-los são escassos.

E qual seria a melhor alocação de recursos para o Brasil?

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A resposta é DEPENDE… o que vimos ao longo dos anos é que depende de quem está no governo, ou melhor, por trás dele.

Os CHICAGO BOYS – Governo Bolsonaro 2019-…

“Não existe almoço Grátis. “

Milton Friedman.

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No governo Bolsonaro, quem está a par da área econômica é Paulo Guedes, proveniente da famosa escola de Chicago, que tem como líderes Milton Friedman e George Stigler .

Devido a isso, apresenta ideais mais liberais e não recorre à políticas desenvolvimentistas como a de pleno emprego que vinham sendo utilizadas, dando mais espaço ao mercado e menos ao estado.

O ‘Chicago Boy’ também defende o controle dos gastos públicos para frear o avanço do endividamento da União como uma forma de colocar a economia nos eixos. Contudo, o governo pode ter uma inspiração liberal, mas o que ele vai efetivamente fazer depende de negociação política, com Congresso.

“Nosso diagnóstico tem que começar pelo controle de gastos. Não precisa cortar dramaticamente. É não deixar crescer no ritmo que crescia”

Paulo Guedes

Temer, os ortodoxos ( maio 2016 – 2018)

A longo prazo, todos estaremos mortos.

John Keynes

No governo Temer, quem estava à frente da economia na maior parte do tempo era Henrique Meirelles, quem era visto por ter uma posição mais ortodoxa e tradicional na economia.

Essa vertente usualmente tem atribuído ao nível e ao crescimento das despesas do governo federal a causa central dos problemas que impedem o desenvolvimento, acredita que o desenvolvimento segue essencialmente de boas instituições, de um ambiente macroeconômico estável, o que implica, inclusive, formas não inflacionárias de se financiar o esforço do investimento.

Por conta disso, também defendia o controle dos gastos públicos e menos intervenção do estado da economia.

Governos Petistas,  O Desenvolvimentismo (2011-2016)

O desenvolvimento é transformar a vida das pessoas, não apenas transformar as economias.” – Joseph E. Stiglitz

Já no governo Dilma, ficaram a frente da pasta Guido Mantega (2011-2014), Joaquim Levy (jan15 – dez15) e Nelson Barbosa (dez15 – mai16). Mantega adotou a vertente dita desenvolvimentista, onde o papel do estado no desenvolvimento econômico é, portanto, fundamental – para bem ou para mal.

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Para os desenvolvimentistas o que e como se produz é essencial para gerar o desenvolvimento econômico. Já Levy (doutorado em Chicago) e Barbosa puxam mais para um lado ortodoxo, onde após seus mandatos fizeram declarações defendendo o controle das contas públicas através de controle de gastos e a reforma da previdência.

Entretanto, tentou-se implementar a ortodoxia nos primeiros seis meses do Governo Dilma com a nomeação de Antonio Palocci para o ministério da casa civil, mas foi abandonada no período seguinte e nunca mais voltou a aparecer nas decisões de política econômica.

Lula, ortodoxo? (2004-2010)

No começo do Governo Lula, o escolhido para o ministério foi Antonio Palocci Filho, que montou um time que contava com nomes como Marcos Lisboa e Joaquim Levy, pessoas que não iam de encontro com os ideais do partido dos trabalhadores.

Palocci tinha como prioridade o equilíbrio fiscal, ou seja, endurecimento dos gastos públicos e estabelecimento de metas de superávit primário (vertente ortodoxa).

Recebeu carta branca do presidente para manter o tripé macroeconômico (nome informal dado ao conjunto de medidas base da política econômica brasileira desde 1999) – câmbio flutuante, sistema de metas para inflação e controle das contas públicas – implementado por Fernando Henrique Cardoso em seu segundo mandato.

“O que se tem hoje é uma mudança que dá à taxa de câmbio uma função diferente da função que ela tinha antes. Antes o Governo dizia para a taxa de câmbio: ‘Você toma conta da inflação.’ e dizia para a taxa de juros: ‘Você toma conta do balanço de pagamentos.’, que é um regime de taxa de câmbio fixa. Hoje nós estamos escalando o time de forma diferente. Nós estamos dizendo para taxa de câmbio: ‘você toma conta do balanço de pagamentos’ e para taxa de juros: ‘você toma conta da inflação’. Agora, nada disso funciona sem uma boa política fiscal”.

Armínio Fraga

Com a entrada de Guido Mantega, as coisas começam a desandar e foi nesse período que intensificou-se o processo de deterioração fiscal que está afetando a dinâmica da economia brasileira até hoje.

FHC, ortodoxo (1998-2003)

FHC teve como seu ministro Pedro Malan, ex-presidente do Banco Central. Malan defendia que o papel do estado na condução da economia deve ser apenas gerar as condições para que o país se desenvolva e não atuar como um incentivador do crescimento (ortodoxo). Foi quem institucionalizou o tripé macroeconômico utilizado até os dias atuais, que segundo sua visão, cumpridos os três pilares, resultaria na estabilidade econômica necessária para que haja crescimento. Juntos promoveram inúmeras privatizações em setores considerados deficitários como mineração, telecomunicações, financeiro e distribuição de energia elétrica com o objetivo de obter maior eficiência, reduzir despesas e gerar lucros.

Itamar, ortodoxo (1994-1997)

No Governo Itamar Franco houve uma ‘dança das cadeiras’ no ministério das finanças. Passaram cinco nomes diferentes dentre eles esteve o ex-candidato à presidência Ciro Gomes e o coordenador do Plano Real Fernando Henrique Cardoso.

O plano real foi uma reforma de caráter neoliberal realizado no Brasil com o objetivo de conter a hiperinflação. Para sua concretização, o governo adotou medidas visando conter gastos públicos, privatizar uma série de empresas estatais e reduzir o preço dos produtos via abertura da economia a competição internacional.

Collor, o confiscador de poupanças (1991-1993)

O antecessor de Itamar, Fernando Collor de Mello, contou com Zélia Cardoso e Marcílio Marques para a fazenda. Zélia, apesar de ser carimbada como desenvolvimentista, foi uma das responsáveis uma política de cunho ortodoxo de combate a hiperinflação no Brasil em março de 1990, o que ficou conhecido por Plano Collor I.

O Plano teve como suas principais medidas o famoso e polêmico confisco das contas bancárias; ajuste fiscal; Liberação do câmbio e várias medidas para promover uma gradual abertura na economia brasileira em relação à concorrência externa; e o congelamento de preços e salários, normalmente usados quando ocorre aumentos recorrentes dos níveis de preço.

Apesar disso, as medidas não foram eficazes e em janeiro de 1991 é lançado o Plano Collor II incluindo novos congelamentos de preços e mudanças das taxas overnight (é um conceito de taxa de juros muito específico e que é usado no mundo das finanças). Conseguiu uma queda na inflação no curto prazo, que voltou a subir novamente em maio de 1991.

Zélia foi substituída por Marcílio Marques elaborador do Plano Marcílio que ficou conhecido por ser mais gradual do que sua antecessora utilizando uma combinação de altas taxas de juros e um controle dos gastos governamentais. A taxa de inflação permaneceu nos níveis da hiperinflação e Marcílio saiu do governo após o impeachment do até então Presidente Collor.

Esta é a primeira parte depois vamos seguir até os governos militares.

Bruno Guerra, CPA-20

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