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“Mais vale um pássaro na mão do que dois voando.” Esopo 600 AC

Onde investir em Outubro 2023

Esopo, o lendário contador de histórias da antiguidade, deixou em suas fábulas uma das lições mais importantes para os investidores, segundo Warren Buffett.

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“A primeira cartilha sobre investimentos que conheço, e era um conselho muito bom, foi entregue por volta de 600 a.C. por Esopo.

E Esopo, você deve se lembrar, disse: ‘Mais vale um pássaro na mão do que dois voando’”, disse Warren Buffett na Reunião Anual da Berkshire Hathaway de 2000.

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Para concretizar esse princípio, você deve responder apenas três perguntas. Você tem certeza de que realmente existem pássaros no mato? Quando eles surgirão e quantos serão? Qual é a taxa de juros livre de risco (que consideramos ser o rendimento dos títulos de longo prazo dos EUA)? Se você puder responder a essas três perguntas, saberá o valor máximo do arbusto – e o número máximo de pássaros que você possui agora que devem ser oferecidos por ele. E, claro, não pense literalmente em pássaros. Pense em dólares.”

“Agora, Esopo estava no caminho certo, mas não terminou, porque há algumas outras questões que acompanham isso. Mas é uma equação de investimento, vale mais que um pássaro na mão dois voando. Ele se esqueceu de dizer exatamente quando você iria pegar os dois – do mato – e se esqueceu de dizer quais eram as taxas de juros com as quais você deveria medir isso. Mas se tivesse dado estes dois factores, teria definido o investimento para os próximos 2.600 anos.

Porque pássaro na mão é, você sabe, você vai negociar um pássaro na mão, que é investir. Você desembolsa dinheiro hoje. E então a questão é, como decisão de investimento, você tem que avaliar quantos pássaros estão no mato. Você pode pensar que há dois pássaros no mato, ou três pássaros no mato, e você tem que decidir quando eles vão sair e quando vai adquiri-los.

E isso é tudo que investir é. É uma decisão de valor baseada em quanto vale, quantos pássaros estão naquele mato, quando você vai pegá-los e quais são as taxas de juros.

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Juros futuros subiram

Ao final da última  semana de setembro, a curva de juros encerrou com abertura em relação à semana anterior, após dias de considerável volatilidade, principalmente nos vencimentos mais longos. O mercado continua refletindo maior aversão a risco, tanto localmente quanto globalmente. As Treasuries norte-americanas, continuaram precificando a possibilidade de taxas de juros mais altas por mais tempo nos EUA, levando a maiores prêmios nos vencimentos de longo prazo.


No Brasil, a  ata do Copom reforçou o ambiente econômico global (mais) incerto e a resiliência da atividade doméstica, fatores que diminuem a chance de aceleração de cortes da Selic. Em meio à volatilidade acentuada, as negociações de títulos públicos via Tesouro Direto chegaram a ser suspensas temporariamente na quarta-feira. Já ao final da semana, a curva de juros passou a uma reversão de tendência devido a ajustes técnicos, o que resultou em certo alívio nas taxas e a um diferencial mais brando no comparativo semanal.

Com a Selic em 12,75% ao anohá ainda uma massa de recursos que parece bem acomodada na renda fixa.

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Em setembro, um sentimento global de aversão ao risco continuou a pressionar os ativos brasileiros.

Após os principais bancos centrais sinalizarem juros mais altas por mais tempo, as taxas dos títulos globais continuaram subindo. Isso voltou a pesar sobre as ações globais. As ações brasileiras também sofreram, caindo -0,7% em dólares. Além de uma perspectiva macro global mais negativa, a política fiscal no Brasil continua sendo um tema chave.

O principal desafio para o processo global de desinflação é o recente aumento nos preços da energia.

No acumulado do ano, os preços do petróleo subiram mais de 30%, saindo da mínima recente de US$ 72 por barril em junho para os atuais US$ 92 por barril, descolando de outras commodities .

O aumento nos preços de petróleo ocorreu em meio a:

(i) uma demanda global ainda resiliente,

(ii) oferta restrita devido a cortes adicionais na produção pelos membros da OPEP+ e

(iii) à queda nos estoques de petróleo dos Estados Unidos.


Do ponto de vista macro global, a alta no preço do petróleo é um dos principais riscos para os mercados globais.

Um aumento contínuo colocará mais pressão sobre a inflação – e já estamos vendo o índice de preços de energia subir novamente  – o que tende a ser negativo para as perspectivas das taxas de juros globais e para o crescimento global.

Ao analisar especificamente as ações brasileiras e sua relação com preços de petróleo, encontramos, como esperado, que o setor de Energia exibe a maior correlação e beta em relação à commodity.

A política fiscal voltou a pesar sobre os ativos brasileiros.

Por um lado, existem riscos de aumento nos impostos corporativos, por outro lado, os riscos de o governo não atingir sua meta de resultado primário também são uma preocupação. O consenso do mercado é que alcançar a meta parece pouco provável, mas os investidores aguardam mais esclarecimentos. Nossa visão é que uma mudança na meta é negativa. Embora a não aprovação das medidas fiscais possa remover um uma grande incerteza para as empresas, poderíamos ver um efeito mais negativo no câmbio e nas taxas de juros, o que deve pressionar negativamente as ações.

Investimentos em setembro

Setembro foi um mês marcado pela cautela nos mercados, o que acabou resultando num desempenho de morno para ruim nos principais ativos e indicadores. Tanto que os melhores investimentos do período tiveram desempenhos que podem ser considerados modestos.

A maior alta, por exemplo, foi a do bitcoin, que subiu apenas 5,29% em reais, percentual baixo para um ativo tão volátil quanto uma criptomoeda.

Em segundo lugar veio o dólar, puxado pela alta dos rendimentos dos Treasuries, os títulos do Tesouro americano. Na cotação à vista, a moeda americana fechou em alta de 1,53%, a R$ 5,0268.

Em seguida veio o investimento mais conservador da economia brasileira: o Tesouro Selic, título público que acompanha o desempenho da taxa básica de juros, com um retorno de pouco mais de 1%.

A bolsa e os fundos imobiliários (FIIs) até conseguiram terminar o mês no azul, mas a alta foi comedida. O Ibovespa terminou setembro em alta de 0,71%, aos 116.565 pontos, e o IFIX, principal índice de FIIs, subiu somente 0,20%.

Os destaques, desta vez, ficaram na ponta negativa da tabela, com as fortes quedas dos títulos públicos prefixados (Tesouro Prefixado) e indexados à inflação (Tesouro IPCA+), fortemente impactados pela grande âncora dos mercados no mês: a alta dos juros futuros no mundo.

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Do ponto de vista macro global, a alta no preço do petróleo é um dos principais riscos para os mercados globais.
Flávio Lemos
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