A força relativa do Setor de Energia continua a se destacar.

Observe o desempenho de diferentes países ao redor do mundo.
Observe os países com mais exposição à energia no canto superior direito:

Petrobras só não surfou essa onda porque o risco político atrapalhou. O mês foi marcado pela indefinição sobre a problemática do pagamento dos precatórios, que são pagamentos que o governo precisa fazer ao ter perdido processos judiciais. O risco maior é de estouro no teto de gastos, o que vem elevando o risco fiscal do país há meses.

O dilema entre ESG e a necessidade de energia

A sigla ESG (a abreviação em inglês de Environment, Social, Governance) trata da incorporação de práticas de sustentabilidade ambiental, inclusão social e governança do universo corporativo e sua consequente transformação em um ativo tangível do ponto de vista financeiro.

Em discurso o Secretário geral da OPEC disse que os Consumidores devem se preparar para falta de energia a menos que o mundo aumente investimentos em óleo e gás.

Para Jeff Currie, chefe global de pesquisa de commodities do Goldman Sachs, a redução de investimentos em fontes ‘sujas’ levou a esse desequilíbrio, que pode levar tempo para ser equacionado. Ainda temos no planeta centenas de milhões de pessoas em estado de extrema pobreza. Para que essas pessoas tenham chance de uma vida digna, a variável chave é energia barata.

Ainda segundo Currie, o investimento em gás, em particular, precisa ser aumentado para evitar mais volatilidade durante a transição energética. Segundo ele, o problema começou quando investimentos de ciclos longos foram “evitados” após a crise financeira de 2008.

“Em muitas partes do mundo, houve muita construção eólica, muita construção de energia solar”, acrescentou, destacando a falta de investimentos em carvão, metais e mineração.

“A nova economia está superinvestida, e a velha economia está faminta.”

Jeff Currie ainda alerta:

“Esta é a primeira volta de um superciclo de commodities de vários anos, e potencialmente de uma década”. “É impulsionado pela guerra contra a mudança climática, pela guerra contra a desigualdade de renda. Todas essas dinâmicas levam a um aumento estrutural da demanda por commodities contra essa ideia de vingança da velha economia.”

Não existe almoço grátis, não é mesmo?

Os juros dos títulos de renda fixa estão subindo por toda parte. Portanto, é essencial entender que algumas ações se saem melhor em meio à alta das taxas de juros, enquanto outras prosperam em mercados com baixo crescimento e baixos rendimentos.

Por exemplo, ações cíclicas e de valor devem apresentar desempenho superior em um ambiente de taxas crescentes.

Enquanto isso, as ações de crescimento, como as ações de tecnologia e quaisquer ativos de longa duração (títulos) normalmente ficam para trás. Eles se tornam menos atraentes durante os períodos em que as áreas economicamente mais sensíveis oferecem oportunidades mais atraentes.

E já estamos vendo essa rotação para os beneficiários de taxas crescentes, enquanto as ações de crescimento estão sob pressão nas últimas semanas.

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No Brasil, projeções menores de crescimento em 2022, inflação alta, crise hídrica e eleições se aproximando,

Os ativos de risco estão dando continuidade ao movimento negativo que vem sendo regra ao longo desta semana. Não há novidades relevantes em relação aos temas que tenho alertado como principais pontos de atenção que devem manter os mercados com mais volatilidade e incerteza no curto-prazo.

A crise energética no mundo segue aguda, porém mais intensa na Europa e na China, com os preços do Carvão (“Coal”) fazendo novas máximas todo dia:

Para lidar com o problema, a China vem restringindo algumas atividades, com impactos cada vez mais claros no crescimento de alguns setores da economia. A China trouxe volatilidade no mercado, por conta de uma crise no setor imobiliário, uma crise energética e desaceleração no crescimento, fatores que contribuíram para a queda de >20% nos preços do minério de ferro.

Nos EUA, o S&P 500 viu a sua primeira correção acima de 5% desde outubro de 2020, após o Federal Reserve indicar o início da retirada dos estímulos monetários (“tapering”) ainda esse ano.

A inflação definitivamente voltou a pauta de discussão do mercado. O CPI na Área do Euro ficou em 3,4% YoY, acima das expectativas do mercado e no maior patamar em mais de uma década:

Desde o começo do ano, havíamos alertado sobre evitar os títulos prefixados, pois os juros estavam subindo.

Na prática, os investidores estão pechinchando mais pelo preço do papel e exigindo mais juros em troca da tomada de risco com os títulos públicos.

Veja aqui artigo explicando esta tal curva de juros… 

A forte alta de juros de mercado em agosto e setembro pesou sobre a bolsa, já que o custo de capital para as empresas aumentou.

Mais de 42% dos brasileiros tomaram as doses necessárias contra a covid-19 e estão totalmente imunizados, enquanto a média móvel de mortes pela doença está em 544 e em tendência de diminuição. Essas notícias levam muitos brasileiros a voltarem a comprar nas lojas de rua, ir aos shoppings, fazer planos de viagem e agendar férias. É fato que os resultados bons estão vindo, embora o Ibovespa, o principal índice da Bolsa, com as notícias de curto prazo, ainda não esteja refletindo isso.

E quando o preço dos ativos cai sem uma correspondência nos números divulgados, ou seja, há quando um descasamento claro entre preço e resultados das empresas, é nesse momento que as oportunidades começam a surgir.

A Ata do Copom reforçou a mensagem do Comunicado após a decisão, em que o BCB sinaliza manutenção do ciclo de alta da Taxa Selic, em um ritmo de 100bps por reunião. Espero uma Selic em torno de 9% no começo de 2022.

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