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Fazer Certificação Financeira ou MBA em finanças?

Está dúvida “Certificação Financeira ou MBA em finanças” eu tive e muitas pessoas me perguntam minha opinião e o porquê dela .

Um pouco da história da minha carreira.

Eu fui da primeira turma de MBA em Finanças e Mercado de capitais FGV em 1995.

O curso foi bom para mim porque eu vim da Faculdade de Engenharia da UFRJ então finanças não era minha praia. O MBA me deu uma visão ampla de como funciona o mercado e além disso fiz um patrimônio social ótimo, montei uma boa rede de contatos pois conheci muita gente do mercado : bancos, corretoras, assets, gente do governo etc.

Eu não mencionei, mas contei no meu livro Análise Técnica dos Mercados Financeiros, que queria sair da área de Engenharia Civil, pois na década de 90 as obras estavam paradas.Então me esforcei, estudei bastante , fui o melhor aluno da turma do MBA e consegui um emprego.

É fato após o curso, que quando entrei no mercado como analista de investimentos Junior de uma corretora, achava que sabia mais que todos que estavam lá, quando na verdade tive (em pouco tempo) a certeza de que eu ainda não sabia nada. As informações do MBA de 400 horas  me pareciam superficiais demais para serem aplicadas à vera. Comprovei que :

"existia uma diferença enorme do que tinha na teoria do MBA da prática real do dia a dia"

De lá para cá houve uma banalização dos cursos de MBA : tem pós para qualquer área como numa indústria educacional caça níquel ,e já naquela época as cadeiras didáticas eram dispostas a preencher a carga horária exigida pelo MEC e não levando em conta o que o aluno precisava aprender.

Meu primeiro contato com a indústria de certificação

Quando fui morar nos EUA tive meu primeiro contato com a indústria de certificação : fiz todo os certificados para trabalhar no mercado de capitais americano. O primeiro foi o Series 7 para ser representante de conta e atender clientes.Foi uma prova de 6 horas, e ganhei um bônus de 1 hora por ser estrangeiro.Passei bem. Para esta primeira prova eu fiz um curso que me deu o caminho das pedras, técnicas e táticas de estudo e memorização.Depois emendei Series 3 para ser o Principal de Opções (derivativos), Series 4 para trabalhar com futuros e commodities  e por último o Series 24 para ser diretor de corretora.
Detalhe em 3 semanas eu tirei 4 certificados difíceis.Tomei gosto pela coisa. A aplicabilidade prática era evidente.

Quando voltei para o Brasil para continuar minha educação, me manter atualizado e desenvolver minha carreira , decidi optar em obter certificações, a frequentar eventos e cursos de curta duração.

Fui o primeiro brasileiro a obter o CMT( Chartered Market Technician) o que me gabaritou a escrever um best seller sobre o tema (Livro Análise Técnica Clássica), a participar da banca do CNPI e costurar um acordo com a APIMEC ( Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais) para que a prova do CNPI brasileiro valha como nível I do CMT americano (O CMT são 3 provas).Depois comecei a estudar para fazer provas e montar os cursos de certificação da Trader Brasil fiz: ANCORD (agente autônomo de investimentos equivalente nacional ao Series 7), PQO BM&F BOVESPA(para trabalhar em corretoras), ANBIMA CGA (gestor de investimentos) e o CFP do IBCPF(planejador financeiro internacional). No Brasil a CVM não deixa você acumular algumas certificações como por exemplo Ancord e CNPI.outro detalhe é que algumas certificações mais difíceis englobam outras mais fáceis, por exemplo, o CFP engloba o Anbima CEA.

O que eu percebi foi que as diversas cadeiras no MBA eram comprovadamente tradadas de forma reduzida em um conteúdo muito mais amplo.Apenas indicações de caminhos a serem percorridos depois que o curso acaba, Flávio você tem que estudar :

• mais avaliação de investimentos.
• mais opções,
• mais planejamento fiscal e tributário, etc..

Certificação Financeira: os mais difíceis que eu fiz (por enquanto)

Dentre os diversos certificados sem dúvida os mais difíceis foram os que me deram maior prazer de aprender e de passar nas provas:

1. O CMT e o CNPI, pois somaram o timing, análise inter mercados, backtesting e otimização á minha educação de analista de investimentos clássica
2. O Anbima CGA, apesar de ainda não obrigatório, é um bom similar nacional ao CFA, com ênfase na gestão de investimentos.
3. O CFP pois tive contato generalizado , prático e teórico com áreas como planejamento sucessório, seguros e previdência que até então desconhecia.

O que eu acho que o Mercado pensa sobre isso:

O que percebi nestes 20 anos de carreira foi que o mercado passou a dar maior valor ás certificações, Talvez pelo fato de cada MBA ter uma grade curricular diferente, matérias importantes serem tratadas de forma superficial e as avaliações serem de formas diversas e algumas bem camaradas -com os alunos..(Alguns MBAs possuem provas, outros trabalhos de grupos, jogos,etc.) .

As certificações são credenciais profissionais que atestam a qualificação de um profissional em alguma área, ou tecnologia, ou assunto específico.

Certificações como as fornecidas por organizações como o PMI®, CFA, ANBIMA, CFP®, APIMEC , entre outras, possuem um alto nível de exigência. Por este motivo são muito reconhecidas, e os profissionais que as possuem são valorizados pelo mercado.

Infelizmente também existem algumas certificações que não possuem um processo muito rigoroso e são pouco exigentes em termos de pré-requisitos para obtê-las. Naturalmente, tais certificações não são tão apreciadas pelo mercado e o fato do profissional possuí-las acaba não sendo um diferencial para o mesmo, pois não conseguem atestar, de forma definitiva, sua qualificação profissional.

Então cabe ao profissional avaliar e selecionar quais são as certificações que poderiam ser verdadeiros diferenciais para sua carreira.

E você o que acha? Deixe seu comentário!

um Abraço do

Flávio Lemos, CMT,MBA,CFP®,ANCORD,PQO,SERIES 3,4,7,24