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Juros baixos afetam quem vive de renda

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Prof Lemos e um de seus alunos no O Globo de 17/10/2012

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RIO e BRASÍLIA – Há um grupo de pessoas que torce para que o Banco Central não baixe os juros: os rentistas. Mas esta torcida está sendo em vão, a taxa básica Selic já está em 7,25% ao ano, mais próxima de padrões desenvolvidos. E estas pessoas sofrem, pois fica mais difícil viver de aplicações financeiras. Este problema também atinge quem precisa planejar a aposentadoria privada.

— A grande diferença para outros países é que o Brasil nunca se preocupou com inflação nos investimentos, não temos a cultura de risco. Com os juros altos, os investimentos sempre ganhavam da inflação. Hoje é diferente — explica Myriam Lund, economista e professora.

Ela conta que uma pessoa que faz previdência privada atrelada à Selic, pensando que está protegida na aposentadoria, pode perder da inflação, estimada em 5,5%, se a taxa de administração for de 3% ao ano, uma taxa alta:

—Uma dica é sempre optar por planos de previdência corporativos, de associações, classes profissionais, grupos, pois em geral as taxas de administração são menores.

Flavio Lemos, diretor da Trader Brasil Escola de Investidores, lembra que, em um primeiro momento, muitas pessoas que anteciparam este novo cenário de juros baixo acabaram investindo em imóveis, mas que, com a atual elevação dos valores dos bens, este investimento pode deixar de ser interessante. Para quem não quer se arriscar, ele indica, por exemplo, as Letras de Crédito Imobiliário (LCI):

— Há alguns destes papéis com liquidez e boa rentabilidade, melhor que de renda fixa tradicional — disse.

Um de seus alunos, contudo, está mais interessado em riscos. O consultor Armando Almeida está se preparando para voltar a aplicar diretamente em bolsa de valores. Além da emoção de acompanhar o vaievém das cotações, ele espera voltar a ganhar melhor com sua aplicação:

— Há cinco anos as minhas aplicações geravam cerca de 60% da minha renda mensal, sobrava dinheiro. Hoje só rendem 30%, no máximo empatam com meus custos fixos — disse ele, lembrando que seus amigos estão todos começando a se preocupar com esta situação dos juros baixos.

Cláudio Pires, superintendente Financeiro da Mongeral Aegon, lembra que a situação está mais complexa que no passado. Ele afirma que a exposição ao risco terá de aumentar para se ter uma rentabilidade maior, repetindo um parâmetro mais mundial.

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—Só há três opções para quem quer ter uma renda no futuro: poupar mais, poupar desde mais cedo ou se aposentar mais tarde — afirmou o especialista, lembrando que uma pessoa de 40 anos que queria ter renda mensal de R$ 5 mil aos 65 anos terá de contribuir com R$ 1.093,37 por mês, se os juros estiverem em 6% ao ano, enquanto que precisavam contribuir apenas com R$ 647,58 quando os juros estavam em 9% ao ano.

tributo eleva custo de vida

Os juros mais baixos incentivam os investimentos, o que aquece a economia e os salários. Um estudo exclusivo da consultoria Michael Page mostra que o rendimento do Brasileiro hoje pode ser 85% superior ao de países desenvolvidos. Um engenheiro elétrico sênior, por exemplo, que ganha no mínimo R$ 14.900 no Brasil em grandes empresas, recebe R$ 8.037 na Espanha. Um gerente comercial no Brasil chega a ganhar 79,1% a mais que nos Estados Unidos (R$ 18 mil aqui de piso contra R$ 10.048 lá).

— Isso ocorre pois a economia está aquecida, mas ainda temos problemas graves de educação. Nossa mão de obra não está preparada para o crescimento — disse Fernanda Amorim, gerente da firma.

Alex Agostini, economista-chefe da Austin Rating, lembra que a alta carga tributária brasileira eleva o custo do país:

— O Brasil tem característica de país rico e necessidades de país em desenvolvimento. Por isso, crescemos menos que os emergentes, pois temos estrutura fiscal, por exemplo, de país europeu.

 

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